terça-feira, 24 de abril de 2012

Deixar de comer emagrece?








Você está decidida a emagrecer e já fez até planos: uma hora de malhação por dia, consulta na esteticista e, claro, uma alimentação radical para que os resultados apareçam o quanto antes. Surgem então as receitas da moda: são dietas da sopa, sucos, da proteína. Parece que vale tudo em busca de um corpo perfeito. Mas será mesmo que eliminar alimentos essenciais e passar horas sem se alimentar são atitudes saudáveis e que ajudam no processo de emagrecimento? Confira alguns mitos que podem colocar em risco a sua saúde.
Sabe aquele buraco no estômago que insiste em incomodar depois de horas em jejum? Algumas pessoas tendem a confundir esta sensação com uma suposta queima de calorias. Errado! “Geralmente, o maior fator de confusão tem a ver com horários e quantidade dos alimentos. As pessoas têm a ideia de que se deve comer pouco e poucas vezes ao dia. Na verdade, isso acaba prejudicando a dieta, porque, quando ficamos muito tempo em jejum, o metabolismo cai e gastamos menos energia”, alerta a nutricionista Raquel Eccel Prates, do Centro de Recuperação e Estudos da Obesidade.
Eliminar o jantar ou a ceia não vai impedir que você acumule gordura. Comer à noite pode não engordar, mas vai depender apenas das suas escolhas. “Se pensarmos dessa maneira, comer durante o dia engorda também. O que faz com que você acumule mais ou menos gordura no seu organismo são a quantidade e a qualidade dos alimentos que ingere”, explica a nutricionista Carla Yamashita, autora do livro “Alimentação Saudável”.
Cortar arroz e feijão do cardápio é o primeiro risco para quem deseja levar a dieta a sério. “O arroz é o carboidrato e o feijão, a proteína. Quando eliminamos esses alimentos, o risco de não conseguir levar a dieta por muito tempo é grande. Em geral, o importante é pensar em uma alimentação que você possa manter a longo prazo e, claro, sem grandes sacrifícios”, sugere Carla.
Alguns medicamentos prometem diminuir o apetite e, de quebra, acelerar o metabolismo. Mas atenção: ao contrário do que se pensa, essa alternativa não está liberada para todos os casos. “Existem, sim, algumas medicações que auxiliam no emagrecimento, mas não devem ser utilizadas sem orientação médica e por qualquer paciente. Os efeitos colaterais vão desde taquicardia até distúrbios do sono e humor. O engano está, justamente, quando as pessoas insistem em se automedicar, achando que os resultados serão os melhores possíveis. Na verdade, além de por a saúde em risco, podem não conseguir o resultado desejado”, destaca Raquel.
Eleger um ou dois dias da semana para sair completamente da dieta prejudica os resultados e aumenta as chances de desistência. “Por muito tempo, as dietas do Centro de Recuperação e Estudos da Obesidade tinham como opção uma refeição permitida por semana. Para alguns pacientes este método ajuda a encarar a dieta de maneira mais leve e se relacionar melhor com a comida. Mas o que se percebeu é que, para pessoas compulsivas, o prato permitido gerava um fenômeno de ansiedade e muitas vezes desencadeavam uma compulsão maior. Os anos de prática mostraram que, quanto mais nos afastamos dos alimentos desencadeadores de vícios e compulsões, menos dependentes nos tornamos”, destaca Raquel.
A herança genética também não serve como desculpa. O mito “tenho tendência a engordar” pode estar relacionado a outros fatores e não apenas aos quilos extras dos seus pais. “Generalizar a obesidade por razões genéticas é um argumento infundado cientificamente. Alguns estudos indicam que filhos de pais obesos têm maior tendência a serem obesos, mas isso está mais relacionado ao estilo de vida, no qual os pais têm influência direta. Todos temos tendência a engordar se nossa alimentação for desregrada e com excessos”, ressalta a nutricionista.
Fonte: Bolsa de Mulher

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