sexta-feira, 20 de abril de 2012

Sou mãe e agora?


Tornar-se mãe, para algumas, é adquirir uma função vitalícia e obrigatória. A chegada da maternidade, sem dúvidas, significa uma nova etapa na vida da mulher que não necessariamente exclui tudo o que ela viveu, foi e construiu até o momento. Para muitas mulheres tornar-se mãe é ter que optar entre a atenção aos filhos, marido, trabalho e questões domésticas. Com isso tudo, qual o lugar que essas mulheres ocupam na própria vida?
Apesar dos grandes avanços conquistados pela mulher, ainda assistimos todos os dias muitas delas buscando atender a uma expectativa da sociedade com jornadas duplas e triplas para que sejam consideradas boas mães, exemplares, dedicadas, esforçadas que gostam dos seus filhos e da família por se dedicarem intermináveis horas aos cuidados deles.
Em contrapartida, aquela mulher que opta em continuar trabalhando, em dividir uma relação compartilhada com o parceiro, seja a responsabilidade dos filhos e da casa e/ ou que busca ajuda - de escolas, creches, boas babás, avós - para sua função de ser mãe, nem sempre é bem vista pela sociedade e também por ela mesma. Isso acontece devido à formação de padrões, crenças e valores que moldam o seu modo de pensar, de ser e de desempenhar a maternidade, gerando um conflito.
Diante dessa situação, o que fazer? É importante que a mulher mantenha-se em contato consigo mesma, com o que realmente quer e com o que gosta de fazer, a satisfaz e, principalmente, com seus sonhos. A maternidade pode deixar de ser uma obrigação e passar a fazer parte das realizações. Uma mulher pode "estar" mãe ao invés de "ser mãe". A escolha é dela, está em suas mãos.
A maternidade pode caminhar junto com a realização do ser mulher que envolve as várias áreas da vida (pessoal, conjugal, familiar e profissional). O ser mãe pode potencializar recursos internos no sentido de torná-la mais forte e capaz para lidar com os desafios que vão além da maternidade.
Ao mesmo tempo, ao se realizar enquanto pessoa na busca de seus sonhos, a mulher pode tornar-se alguém mais realizada, enriquecendo e contribuindo para exercer uma maternidade mais plena.      

*Blenda Oliveira é coordenadora da Casa Movimento, doutora em psicologia clínica pela PUC-SP, psicanalista pela Sociedade Brasileira de Psicanálise de São Paulo - SBP-SP -, além de psicoterapeuta de adulto, adolescente, criança, família e casais.
Fonte:WMulher

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