Eles cresceram

Diversas são as reações dos pais quando os filhos iniciam a vida sexual. “Para o pai, quando o menino começa a transar, é uma vitória. As mães sentem um pouco de ciúme. Mas, de uma maneira geral, eles são encorajados a levar as namoradas para a casa. Já as meninas não contam com tanta liberdade em casa quando o assunto é sexo. No máximo, com a cumplicidade maternal”, afirma a terapeuta familiar Marluce Muniz.
Segundo a psicóloga, muitos tabus ainda envolvem a iniciação sexual dos filhos. Muitos pais negligenciam o preparo do adolescente. “Os adolescentes precisam receber orientação em casa e não numa aula de ciências, na escola”, acredita. O diálogo deve começar cedo, para que no futuro haja mais liberdade entre os familiares para discutir o tema. “A partir dos 8 ou 9 anos, a criança começa a dar os primeiros sinais da puberdade e é natural que faça perguntas sobre sexualidade. Os pais devem atender essas perguntas e não repreendê-las. Isso vai fazer a diferença no futuro”, explica a terapeuta.
As dúvidas podem se antecipar, mas o começo da vida sexual depende do amadurecimento do adolescente. “Normalmente, a partir dos 16 anos, eles começam a cristalizar essa sexualidade. Antes disso, é realmente muito cedo, o aparelho genital ainda não está totalmente desenvolvido e não há um preparo emocional”, explica. Se o seu filho se adiantou nessa questão, você precisa orientá-lo. “É preciso saber que há limites, você não pode permitir que uma criança pule as etapas do desenvolvimento. Mas nunca imponha nada. Procure sempre entrar em acordo com seu filho”, diz Marluce.
O mesmo vale para o permitir ou não que os filhos levem seus parceiros para casa. “O importante é manter o bom senso. Se você sabe que seu filho já está preparado para ter uma vida sexual ativa e se ele já iniciou, não há por que fingir que não está acontecendo. É melhor deixar que eles levem o namorado ou namorada para dormir em casa do que proibir por um falso moralismo, que não leva a nada”, finaliza.
Fonte: Bolsa de Mulher